Aquele era o segundo show do cantor naquele domingo. O primeiro tinha acontecido a 950 quilômetros de distância, na cidade de Goiânia, e agora a cúpula da Som Livre o aguardava em São Paulo para renovar o contrato. A reunião antecederia a subida dele ao palco. Em quase doze meses, o show Luan Santana Ao Vivo vendera 400 mil CDs e 200 mil DVDs. Além do segundo DVD, orçado em 2 milhões de reais, o novo contrato previa mais um CD e um terceiro DVD.
Suado, ofegante e exausto, Luan Santana entrou no palco com mais de duas horas de atraso e se valeu da histeria que provoca nas meninas, deixando que elas cantassem sozinhas boa parte das canções. Aline Correa gritava o nome de Luan tão alto que as vizinhas de grade tapavam os ouvidos. Na hora do agradecimento, Luan avistou a cartolina do fã-clube que Jenifer erguia acima da cabeça e fez menção ao Team, para delírio maior das meninas. Já passavam das onze e meia da noite quando ele deixou o palco. As fãs não permitiram que isso as impedisse de externar o que sentiam e seguiram dando gritos lancinantes na direção dos músicos que desmontavam os equipamentos. Quando estes deram o serviço por encerrado, foi a vez de urrar para o pessoal da produção, sempre na tênue esperança de conseguir entrar no camarim. Um amigo de Aline tentou convencê-la a correr antes que os ônibus parassem de circular, mas ela reagiu com determinação: “Eu não vou deixar de seguir o sonho da minha vida por causa de um ônibus. Se você quiser ir, pode ir.” Ele foi.
Na madrugada que começava a avançar sobravam apenas elas e um exército de faxineiros. Um segurança conseguiu convencê-las de que o cantor já tinha deixado a Chácara do Jockey há quase meia hora. Jenifer combinara de dormir na casa de uma colega motorizada do fã-clube; já Aline, não fazia a menor ideia de como voltar para casa. Fez sinal e subiu no primeiro ônibus que passou. Mais tarde, escreveria contando sua aventura: chegou à estação Hebraica-Rebouças e o último trem já havia partido. Começou a chorar e três funcionários da CPTM ofereceram uma carona até a porta de sua casa, em Itapevi, a 35 quilômetros dali. Deu tudo certo e ela prometeu aos pais que nunca mais faria uma loucura dessas. Não tinha a menor intenção de cumprir.
( A continuação da história de vida do nosso idolo continua daqui alguns dias =D )
Fonte: Revista Piauí
Nenhum comentário:
Postar um comentário